A palavra Hygge não tem tradução para português. É uma palavra do dinamarquês (pronuncia-se huga) e reflete uma forma de estar na vida, que faz dos dinamarqueses um dos povos mais felizes do planeta.
Sendo a Dinamarca um dos países com salários mais elevados, baixos níveis de corrupção, igualdade entre homens e mulheres, saúde e educação públicas, poderiamos pensar que seriam os factores suficientes para que aquele povo fosse feliz só por isto. Mas o longo Inverno que traz as noites longas e poucas horas de Sol morno e tímido, nesta altura do ano, levam a que se procure o aconchego e conforto do corpo e da alma. E é esse aconchego que se pode aproximar do conceito Hygge. Mas não é só aconchego: é uma filosofia de vida, um modo de ser e estar na vida que se traduz em acções de uma simplicidade encantadora.
Eu penso que, se calhar, é ritualizar um pouco certos gestos do quotidiano, quando se pára para descansar, para estar com a família ou amigos. Se calhar os dinamarqueses não gostam de privações e encaram-se como pessoas com o direito de serem, terem e fazerem tudo o que podem e gostam para estarem bem consigo próprias e com os outros.. E é isso que praticam no dia a dia. Como diz uma especialista em Hygge, escritora, Helen Russel: “Procuramos ser amáveis connosco e com os outros”.
E o Hygge traduz-se em coisas muito simples, que tornam o quotidiano mais leve e a vida mais fácil, mais bela, mais, prazerosa. Aqui fica um pequena lista de actividades que podem trazer o Hygge à sua vida:
- Explore espaços agradáveis fora de sua casa, nas redondezas, seja um café, um parque, um museu, uma galeria de arte, um jardim, etc.
- Convide os seus amigos para um jantar á luz das velas, com um prato preparado por si.
- Numa tarde de Domingo de chuva, junte a sua família e aconchegue-se no sofá, com uma mantinha fofa, e vejam um bom filme.
- Vá passear pelo campo, apanhe algumas frutas e observe a natureza à sua volta.
- Leia livros, ponha de lado, tanto quanto possível, os e-books e opte pelos livros de papel, que exalam um cheirinho bom.
- Leia histórias aos seus filhos… ou namorada ou namorado, antes de dormirem…
- Escreva um diário.
- Aprenda a tricotar.
- Pinte uma tela de vez em quando, ainda que o resultado não seja parecido com um Picasso.
- Use lenções de flanela ou algodão.
- Acenda velas em casa.
- Faça um bolo, aos fins de semana. Convide os amigos ou a família para tomarem chá com bolo ainda quente.
- Espalhe almofadas confortáveis e fofinhas pelos sofás de casa e arranje, também, algumas almofadas de grandes dimensões para espalhar pelo chão. Serão assentos extra.
- Faça voluntariado.
- Colha flores no campo e coloque numa jarra.
- …….
Procure tirar prazer de gestos simples. Procure estar bem consigo. Seja amável para os outros com quem se cruza todos os dias. O Hygge dinamarquês pode ser adaptado em qualquer lugar do Mundo , desde que o encare como um Universo de infinitas possibilidades, entregando-se de corpo e alma a tudo o que fizer.
Claro que o Hygge é muito mais. Poderia estar a escrever aqui pela noite fora (completamente Hygge para mim!).
Se quiser saber mais sobre o Hygge, pode procurar livros em qualquer boa livraria. O primeiro que eu comprei, ” O Livro do Hygge “, foi escrito por Meik Wiking, nada mais nada menos que o CEO do Happiness Research Institute, assim uma espécie de Ministério da Felicidade, na Dinamarca, e explica muito bem este conceito de viver a vida. Ou não fosse Mark Wiking um praticante convicto do Hygge.
